2024/05 . KARL MARX E ENGELS: O MANIFESTO COMUNISTA
INFELIZMENTE OS DOIS NÃO CONSEGUIRAM PREVER ATÉ ONDE IRIA OS MOVIMENTOS CHAMADOS NEO-LIBERIAIS. MAS ESSE LIVRO CONSTITUI UM PRIMEIRO PASSO NO CAMINHO DA LUTA SOCIAL.
COMO GIANFRANCESCO GUARNIERI DEMONSTRARIA EM SUA PEÇA, ELES NÃO USAN BLACKTIE, NÃO HÁ UMA LUTA DE CLASSES, MAS SIM UMA LUTA ENTRE AQUELES QUE DESEJAM UM NOVO MUNDO E OS OUTROS.
OS OUTROS SÃO AQUELES QUE NÃO TÊM, SEJA POR COVARDIA, SEJA POR DEPENDER DE CONVENIÊNCIAS, SEJA POR FALTA DE CAPACIDADE INTELECTUAL, A POSSIBILIDADE DE ADEQUAR-SE AO NOVO MUNDO QUE CHEGA.
A LUTA SOCIAL NO SÉCULO 21 ASSEMELHA-SE À LUTA DOS MONARQUISTAS CONTRA OS REPUBLICANOS, OU SEJA, O NOVO UTÓPICO CONTRA O VELHO DEFASADO E INCONVENIENTE. MAS NINGUÉM CAI DE PARAQUEDAS NA LUTA.
CADA REFLEXÃO COMEÇA PELO COMEÇO, E ESSE TAL COMEÇO PODE SER LOCALIZADO NO MANIFESTO COMUNISTA DE MARX E ENGELS.
A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruinas da sociedade feudal, não suplantou os velhos antagonismos de classe. Ela colocou, no lugar, novas classes, novas formas de opressão. E desde aí surgiram novas formas de luta. A época da burguesia caracteriza-se pela polarização de burgueses e proletário.
O governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios da burguesia. Todos os variados laços que prendiam o homem feudal àqueles que eram considerados superiores naturais, foram despedaçados pela burguesia, para só restasse, no fim, o laço do interesse monetário.
Em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia fundou uma exploração descarada, cínica e brutal. A burguesia rasgou o véu ilusório de sentimentalismo, que envolvia as relações de família, e reduziu-as a simples relações monetárias.
Revelou-se como a brutal manifestação de força medieval encontra seu complemento natural na ociosidade mais completa. A conservação inalterada do antigo modo de produção constituía a condição fundamental de existência das classes dominantes anteriores.
No ambiente burguês dá-se o oposto, a classe dominante mantém-se inalterada no poder mediante um ambiente constantemente em convulsão. Um abalo constante de todo o sistema social e da falta de segurança: Tudo o que era sólido se esfuma, tudo o que era sagrado é profanado.
O regime de propriedade, que conjurou gigantescos meios de produção e de troca, assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar as potências infernais que pôs em movimento com suas palavras mágicas. Crisis comerciais repetem-se periodicamente, ameaçam cada vez mais a sociedade burguesa.
Cada crise destrói regularmente, não só uma massa de produtos já fabricados, mas também uma parte da força produtiva desenvolvida. Para vencer essas crises a burguesia destrói grande quantidade de forças produtivas (proletariado), intensifica a exploração de mercados conquistados, e se esforça pela conquista de outros mercados.
A que levam essas ações? Ao preparo de crisis mais intensas, extensas e destruidoras, e à diminuição dos meios de evitá-las. As armas que a burguesia usou para abater o feudalismo, voltam-se hoje contra a própria burguesia. Se, por vezes, o proletário se une para agir em massa compacta, isto ainda não é resultado de sua própria união.
A burguesia, para atingir seus próprios fins políticos, é que põe em movimento o proletariado, ainda que provisoriamente. O proletário não combate seus inimigos, mas os inimigos de seus inimigos, ou seja, os restos da monarquia absolutista, os grandes latifundiários, os burgueses não industriais. Qualquer vitória alcançada desse modo é vitória burguesa.
Em virtude da concorrência crescente dos burgueses entre si, e devido às crises crescentes que disso resultam, os salários se tornam cada vez mais instáveis, a condição de vida dos operários torna-se cada vez mais precária, e os choques individuais entre operário e burguês tomam cada vez mais o carácter de choques de classes. Os operários começam a formar uniões contra os burgueses.
Os operários triunfam às vezes. Mas é um triunfo efêmero. O verdadeiro resultado de suas lutas é a união cada vez mais ampla dos trabalhadores. E a união que os habitantes das cidades da Idade Média levavam séculos para realizar, os proletários modernos realizam em alguns anos pelas vias férreas. A organização do proletário em classe, e portanto em partido político, é destruída incessantemente.
Mas renasce sempre, cada vez mais forte, mais firme e mais poderosa.