Rafael Hanuman

Antes da reflexão sobre a situação atual da Venezuela, os leitores devem analisar a tabela exposta, tabela dos países mais ricos relacionados por PIB. Ao lado da coluna do PIB, foi colocada a dívida externa respectiva, e uma terceira coluna é o resultado da subtração da dívida externa no PIB de cada país.

Reordenada pelo resultado da subtração, nos surpreendemos com a colocação dos países do G7. Se descontar o que devem, que é muito, o G7 está pior que a Venezuela.

Hoje, 02 de Agosto de 2024, espera-se que as bolsas do G7, e de sócios, tenham a maior queda da história. É um momento histórico por vários motivos. Um deles é a queda da máscara. Porque o G7 se promove como legítimos líderes mundiais, por se dizerem, além de democráticos, o melhor sistema econômico possível.

Com direito a se meterem nas decisões dos outros países, tais líderes correm o movimento final em relação à economia, já que os países dos BRICS não foram afetados pela quebra bursátil. A economia do G7 já se arrasta desde 2008.

Desde 2008 o mercado dá crédito gratuito à economia do G7, principalmente às tecnológicas. O que se esperava nos últimos 16 anos é que aparecesse algum produto revolucionário que mudasse a vantagem asiática à ocidental. Era possível. Produtos inovadores como computadores pessoais e smartphones mudaram o mercado global.

Não obstante, em 2008 Steve Jobs ainda estava vivo, e tudo era possível. Depois já nada era possível. O que fez o mercado G7 sobreviver à linha vermelha de 2018, foram os termos revolução 5G e indústria 4.0. A última palavra mágica para manter os investidores no mercado do G7 foi Inteligência Artificial.

O aumento da produtividade graças à Inteligência Artificial não rolou. Tanto não rolou nada do que foi propagandeado, que hoje ninguém nem toca nesses temas. Também não rolou o setor de programação. Ao contrário, a Microsoft apavorou o mundo G7 com uma atualização mal-sucedida de sua biosfera cibernética, causando pânico estilo Skynet.

A situação do G7 nesse momento é: briga com os antigos países credores, China, Rússia e Arábia Saudita; e fuga de dinheiro extrangeiro da Europa e EUA para esses mesmos três países. Estados Unidos devem substancialmente para China por produtos manufaturados. Europa deve à Rússia por Gás e petróleo. Os dois blocos devem à Arábia Saudita, por gás e petróleo.

Coindicentemente surgiram guerras nas fronteiras dos três países credores do G7: conflito de Taiwan na fronteira da China, Ucrânia com Rússia e Israel com Arábia Saudita. Passou-me pela cabeça investigar a situação da Venezuela, e se alguém devia para eles.

17 DÍVIDA COM VENEZUELA
O leitor não imagina minha surpresa quando vi que havia ido direto ao ponto fundamental. Antes da revolução chavista, Europa e EUA extraiam petróleo venezuelano praticamente de graça. O custo era a propina para corromper os políticos de Terceiro Mundo. Depois da revolução chavista o petróleo venezuelano começou a ser negociado ao preço de mercado.

Em 2013 o G7 devia vários bilhões de dólares para o governo venezuelano. No mesmo ano, Dilma Roussef foi derrubada, e o petróleo do Pré-sal brasileiro passou a ser explorado pelas norte-americanas. EUA é hoje o maior produtor mundial sem ter petróleo. Com reserva de petróleo, o G7 começou a guerra contra o governo venezuelano, para não pagar sua dívida.

VIDA ATRÁS DE UMA TELA
Quem determinou que Nicolás Maduro perdeu as eleições? Foi a oligarquia ocidental, evidentemente, com patrocínio da oposição, etc.... Mas como as pessoas ficaram sabendo da versão G7 da história? Perante a população dos países G7, quem julga é a mídia.

Porque, sem a mídia, a população dos países do G7 nem saberia que existe Nicolás Maduro e Venezuela. Nossos iguais de espécie, mas diferença de vida, veem a realidade através de uma tela. Interessante que não tenham desenvolvido métodos de se informarem.

Inclusive, no Brasil, de onde estou escrevendo esse texto, toda a comunicação é feita por empresas norte-americanas. Denigrem os veículos comunitários para promover Whatsapp, Youtube e Facebook.

Nisso a Venezuela está muito adiantada. Graças ao embargo econômico dos Estados Unidos, desenvolveram-se meios de comunicação comunitária, que não conta histórias para boi dormir.