2024/07 . PERROS DE GUERRA, FREDERICK FORSYTH
É um livro de política. É um livro de guerra. É um livro de política e guerra, como todos os livros de Frederick Forsyth até aqui. E é uma história que soa real porque, ou o mundo está em resolvendo diferenças com guerras, ou com política. Acontece que política também é uma guerra, e daí que a guerra e a política têm um ponto médio chamado guerra fria:
"Gritai alerta, e soltai os cães-de-guerra";
FREDERICK FORSITH inicia o livro, de 1970, com a expressão atribuída a um general romano, por Shakespeare, e continua excepcional até a última página. Depois de tantos anos com gosto pela leitura, esse autor é dos que mais me prende. Porque ele trata de temas importantes. Ele trata de Macro-Política. O que se chama hoje de Geopolítica. Geopolítica em um mundo globalizado... é importante, não é mesmo?
Esse tipo de livro não deve importar para quem diz que não gosta de política, e há muita gente que pensa mas não fala, e quando fala, fala que não trata de política. É quase uma concessão de decisão que o escravo faz em favor do seu patrão.E é um esquema que não resiste mais ao mundo em 2024. E para quem lê Frederick Forsyth com esse ponto-de-vista, percebe essa percepção do autor, para os dois lados. Tanto o ocidente quanto o oriente dessa época estavam antidemocráticos.
Todos os movimentos, dos dois lados do muro do mundo de Forsyth, eram antidemocráticos. As ações descritas por Forsyth são antidemocráticas. Todos os interesses das agências de inteligência de todos os envolvidos como personagens dos livros de Forsyth são antidemocráticos. Porque se surge um candidato a político independente dentro dos EUA, por exemplo, ou um líder político extrangeiro que julga que a proximidade com EUA não é apropriada, então começam assassinatos. E isso não é de forma alguma democracia.
Democracia é tal qual o Capitalismo. Quando as regras do capitalismo não beneficiam as velhas oligarquias, então as regras do Capitalismo são colocadas na lixeira. Com a Democracia está acontecendo o mesmo na Europa em 2024. Se a propaganda na internet, em sites ou canais de vídeo, falarem em favor do Oriente, em detrimento do Ocidente (que nem é contra o Ocidente, porque o que importa no Ocidente é o interesse das velhas oligarquias) então qualquer motivo é motivo de censura. A Democracia Ocidental dá o direito do povo votar em quem as velhas oligarquias querem.
Portanto não é natural no DNA das pessoas se importarem com esses tipos de livros. Mas eu creio que no Oriente esse tipo de livro deve ter, ou deverá ter sua importância reconhecida nos próximos anos, politizados como são os orientais. E essa mudança tende, principalmente depois das guerras da Ucrânia e da Palestina em 2024, onde todas as máscaras caíram, tende a aumentar. Fica aqui meu registro de recomendação aos jovens do Oriente. Recomendo também O Dia do Chacal, Sem Perdão, Dossiê Odessa e O Quarto Protocolo. Jornalista que frequentou os dois lados do muro de Berlin, recusou-se a colocar um lado como bom e outro como errado.
Desde essa atitude, deixaria de ser jornalista e passaria a ser agente de propaganda. Fluente em inglês, francês, alemão e espanhol, viajou por Europa, África e Oriente-Médio. Teve a experiência improvável, uma coincidência improvável, de chegar à Guiné Bissau no mesmo dia em que foram assassinados o presidente e o chefe do exército daquele país. Impossibilitado de cruzar a fronteira, por acaso tornou-se correpondente jornalístico dessa guerra. Dali saiu seu livro O Cobra, e a fama de que era, na verdade espião. Li no verso de um de seus livros que, arruinado em sua carreira jornalística, resolveu escrever literatura prosa.
Portanto não se deve imaginar Frederick Forsyth como um agente perfeitamente alinhado com as velhas oligarquias ocidentais. Pode ser sinal de inteligência. Embora o Oriente tenha caído antes, o Oriente antes se renovou. E as vantagens na eliminação desse imenso pesso que são as antigas oligarquias ocidentais, começa a demonstrar seus resultados. Voltemos ao livro: Manjem só, ... um pesquisador de meio-ambiente, um tipo de ONG gringa, encontra muito por acaso uma montanha de prata na África. Não é fugura de linguagem. Tratava-se de uma montanha, um monte de terra em cima da outra, uma montanha, só que de muita prata.
Só que para explorar o minério, um milionário inglês tem que financiar a derrocada do presidente da nação africana, e trocar por um presidente fantoche no lugar. Para entender o contexto da história do livro, liguem a televisão nesse exato momento: Tiraram uma presidente para explorar nosso petróleo, e rendem louvores aos políticos que entregam todas as riquezas do Brasil aos EUA.