Rafael Hanuman

Tudo tem um tempo.

Eu tive a oportunidade de estar em Nova Gokula.
No tempo certo.

Ainda haviam devotos Hare Krishna originais morando ali.

O lugar é tão grande que não há quartos, mas casas disso e daquilo.

Fui recebido na casa dos devotos do Sul. Cedo me despertavam para a meditação.
A casa não existe mais. Os devotos desencarnaram. Os dois e mais um monte de gente fantástica se foi.

Recebi instruções do Prabhu Rupa Gouranga e do PRabhu Sundaranga. Instruções transcedentais.

Perguntei ao Prabhu Sundaranga porque ele não ia no templo. ELe me respondeu, o templo somos nós.

E a liturgia são nossos passos.

Sentado nesse templo, depois de meses de meditação vorado para a parede, tive uma experiência.

Uma imagem se abriu na minha frente. Eram todas as personalidades do panteão hindu.

Todos dançavam uma música mística, olhavam para mim e riam.

Passado o susto original, comecei a olhar eles em mais detalhes.

E passava que cada um deles tinha uma leve diferença das descrições dos Puranas.

Sempre um sinal os entregava. Logo entendi: eram todos um, em situações diferentes.


Escrevi isso no meu blog do momento.
O que havia na época eram blogs.

E no sábado seguinte haviam uns indianos brahmanes a visitar o templo.

Cheguei na sala principal, e estava lotada. E ninguém estava a fazer a cerimônia do Goura Arati.

Tomei as Kártalas nas mãos, convidei um japonês que estava lá a tocar. Depois sentei a dar aula do Srimad Bhagvatan.


Como os mais velhos viviam ali a muito tempo, eles deixavam para os jovens fazerem as atividades.

Assim que eu dei aula sentado nessa cadeira. Não por mérito.

Mas porque a função de um guru é formar outros gurus.

E só forma um guru, quem é guru.
Um tolo só pode formar outros tolos.

Assim que o reconhecimento desses superlativos gurus e audiência, não foi mérito.

Senti como um dever, e depois disso eu viajei dando palestras, até que percebi um problema sério.

Pessoas desquealificadas por todos os lados estavam ouvindo e lendo ensinamentos na internet e reproduzindo (e deturpando).

Então era minha responsabilidade parar. Porque senão seria um tolo formando tolos. Sábios formam sempre outros sábios.

Assim que o reconhecimento desses superlativos gurus e audiência, não foi mérito.

Senti como um dever, e depois disso eu viajei dando palestras, até que percebi um problema sério.

Pessoas desquealificadas por todos os lados estavam ouvindo e lendo ensinamentos na internet e reproduzindo.

Então era minha responsabilidade parar. Porque senão seria um tolo formando tolos. Sábios formam sempre outros sábios.

Teve gente que chorou quando eu fui embora. Eu sinto muito por ter partido.

Até hoje me parte o coração ter partido....

Eles queriam que alguém continuasse.

Foi um momento em que parecia que o negócio iria ter prosseguimento.