Rafael Hanuman

Essa menina eu perdi de dirigir. Foi das minhas últimas tentativas, antes do que depois viria a ser conhecido por vários nomes, mas que em resumo consistiu na tentativa do ocidente concorrer com o oriente, no ramo têxtil.


Essa menina era um achado e uma charada conceitual. Conheci ela em uma praia paradisíaca, e ela tinha a vibe de tal lugar. Ou seja, uma luz, uma luz forte. Ela era nativa do lugar. Reggaeira, surfista, activista ecológica.


Entretanto era pequena, com o corpo formado no surf, ou seja, braços de nadadora, o que não transforma nenhuma mulher em modelo. Isso por si só já seria um desafio a contornar.

A situação ficou mais difícil porque era por volta de 2013, e os jovens da oligarquia local se posicionavam como, bem, como em todo o ocidente, como a matriz intelectual da sociedade, e tudo deveria partir deles.


E isso resultou na saída em massa dos profissionaios da moda, até que a indústria têxtil quebrou. E sem indústria têxtil, a indústria da moda quebra também. De repente não havia mais equipe de trabalho nem clientes.


Há alguma chance ainda? Sempre há uma oportunidade. Não como modelo. Porém, a arte transcende os meios da arte. Como dizia o ser mais fashion que já existiu e que nunca trabalhou com roupas, Steve Jobs:

Dizia o mestre, que os gênios que trabalharam com ele com computadores, se não trabalhassem com computadores, simplesmente teriam sido gênios em outras áreas, e fariam em outras áreas as suas revoluções.


E assim é, pode ela não ser modelo, mas pode ser qualquer outra coisa de genial.