Rafael Hanuman

Qual a importância dos jogos da minha época de infância?

Sempre me pergunto.

Qual a importância desses jogos nas decisões que tomamos hoje na vida?

Em São Paulo, às vezes, ponho-me a calcular a vinda dos carros exatamente como nos jogos.

Esses tipos de jogos, até a bola de gude,... peão,... fazer um peão... é diferente fazer seu instrumento.

Essa foto foi feita quando eu morava em Blumenau.

Isso significa... a última vez que morei lá foi em 2013.

De qualquer forma, não tenho fotos da minha infância jogando.

Assim que ficam essas fotos, que me encantaram na época, e continuam.

Fico olhando as crianças nas escolas de futebol

Geralmente olho curioso as aulas que rolam no parque da Mooca.

Tem várias considerações. Uma é a cobrança dos pais. Eles estão pagando.

Eles querem retorno do investimento. Não são crianças jogando. Estão treinando.

As crianças são cobradas. Elas são levadas, gastam combustível, tem uniforme, etc...

Elas não jogam por jogar.

É diferente de me encontrar com crianças naquela praça da beira-mar norte.

Aquela com a estátua do careca, que eu cresci achando que era o Esperidião Amin.

A galera descendo do morro para jogar. Como é o nome da praça? Em frente ao San Sebastian.

Era todo um movimento para fazer camisas de time. Foi ali que eu experimentei pela primeira vez estampagem.

O relacionamento entre as crianças, tão pouco é natural. É evidente que alguém será o pior, sempre alguém é o pior.

E não é culpa de um professor. As crianças são diferentes. E desses péssimos atacantes que saíram excelentes defensores.

Desses péssimos atacantes que saíram excelentes zagueiros e goleiros profissionais e vencedores.

Mas voltando aos jogos de tabuleiro

Quando jogávamos jogos de tabuleiro?

Quando chovia. Porque a vida das crianças era na rua.


Então os adultos dizem que as ruas andam muito perigosas.

Esse é o mundo que esses mesmos adultos construiram.

De qualquer forma, um garoto tem que aprender a se defender.

Como irá, ele, andar pelo mundo quando ficar adulto?

Andei assistindo um documentário sobre NeuroMarketing

Com o advento das redes sociais, as empresas sabem exatamente como agradar.

Se isso tem efeito devastador na cabeça dos adultos, pensem na cabeça das crianças em formação.

De um lado a atração insuportável por algo ultra-atrativo. Do outro, baixa resitência à frustração por jogos que não frustram.

Talvez tenha sido essa turma, crianças ao mesmo tempo em que eu fui criança, com baixa resitência à frustração, tenham sido vítimas de seus pais.