Rafael Hanuman

Eu não tenho fotos de mim mesmo voando.

Eu nunca fiz um vôo duplo de Parapente, como se faz de turismo.

Eu fiz o curso em Jaraguá do Sul, em um sistema que partia de baixa altura.

Quanto mais tempo a pessoa desejava ficar no ar, evidentemente teria que partis de mais alto.

E partindo assim, do baixo, fui alto. E nunca tive medo de altura, contando que eu mesmo revisase cada corda, cada tira.

Haviam amigos paraquedistas que insistiam para eu dar um salto que fosse, e eu nunca fui.

Eu dizia que eu só saía com a vela aberta.


Mas não tenho fotos.

Parte porque antigamente era mais difícil.
Tinha filme, não podia errar a pose, etc...

Agora o que foi definitivo foi um colega de vôo morrer.

Ele era amigo de bebedeira meu, e filho de um amigo da minha mãe.

E o sujeito morreu no pico Jaraguá, da cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina.

E eu fiz um vôo por ali. Um vôo somente, naquela cidade onde ele morreu.

E eu quase fui para a vala também. Minha mãe nunca soube.

Bem, nunca soube de uma centena de vezes em que eu poderia ter morrido.

Voltando ao tema da história,

Na hora de pousar,... o pouso era em uma escola.

Faz tanto tempo que eu nem lembro direito.

O pouso era no meio de um monte de fios.

Eu pensei: fudeu.

Postes grandes.

Eu levei para o centro do campo de futebol, e baixei.

Baixei uns 10 metros de altura em 50cm de longitude.

Quase um paraquedas.



Eu sonhei com isso anos.

Voando, e de repente havia um monte de postes com fios elétricos.


Então apareceu a oportunidade de voar sobre o mar

Então eu fui morar no sul da ilha de Florianópolis, onde nasci.

E essa turma estava sempre lá. E eu também estava sempre lá...

E eu sou superfrustrado por ter nascido em uma ilha e não saber surfar

A última oportunidade foi quando estava em Ilhabela, São Paulo, quando conheci um francês.

O tipo tem uma série de casas que ele aluga, e depois da temporada eu poderia escolher a casa e a prancha.

O brother também tem um monte de pranchas, e aí rolou aquele desabamento em 2023, e daí eu já não queria ficar ali.



Nunca foi possível eu me dedicar a isso, ao surf. Porém eu ando de Snowboarding, na neve, vocês sabem.

Eu me sinto nesse negócio como se estivesse em um parapente, e de Snowboarding ao mesmo tempo.

Aí sim.