拉斐尔·哈努曼

Muitos me perguntam o que tem a ver os sushis com meu trabalho de Design. A simples pergunta já indica grande limitação de percepção: não há outra família de receitas que dependam tanto do Design, como os Sushis. Sushi é comida. Mas sushi é arte.

Meu primeiro contato com sushis se deu muito cedo. Minha mãe gostava de me ver comendo verduras, e por essa razão me levava a restaurantes orientais desde minha primeira infância. Lembro do bairro da Liberdade em São Paulo. Lembro do meu primeiro sushi, e do primeiro sashimi.

Era um sashimi ordinário, de polvo, em uma mistura de bar e fliperama que ficava na praça do bairro japonês em São Paulo. Naquela época só se via japonês ali. E devia ser um lugar seguro, para minha mãe me deixar sair sozinho em São Paulo, quando criança. Ou desejava que eu me perdesse.

E eu me perdi. Ali entendi que haviam outras culturas, outros modos de viver, e me perdi no mundo. Quando decidi não trabalhar mais com Design no Brasil, pensei em algo que eu soubesse fazer bem, e que envolvesse Design: eis o sushi. Uma lasanha nunca... absolutamente nunca poderá ter a apresentação de um sushi.